Apesar da redução, número de fumantes ainda ultrapassa 1 bilhão, adverte OMS

Embora as tendências globais indiquem um declínio gradual no consumo de tabaco, com cerca de um em cada cinco adultos fumando em 2022 (contra um em cada três em 2000), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a luta contra essa grave ameaça à saúde ainda está longe de terminar. Segundo relatório divulgado em janeiro de 2024, o tabaco continua sendo a principal causa de morte evitável, resultando em mais de oito milhões de óbitos a cada ano. No mundo, ainda tem cerca de 1,25 bilhão de pessoas fumantes, dos quais 80% residem em países de renda baixa e média.

Apesar de 150 países implementarem medidas para reduzir o consumo, apenas 56 estão no caminho certo para alcançar a meta de reduzir em 30% o uso do tabaco até 2025. O Brasil se destaca como um dos países com maior redução, com queda de 35% desde 2010. Apesar dos progressos nos últimos anos, James Brito, diretor médico do Hospital Antônio Prudente Natal, da Hapvida NotreDame Intermédica, enfatiza que não há tempo para relaxamento. “O tabagismo é responsável por diversas doenças graves, como câncer, doenças cardíacas e respiratórias. Parar de fumar é um dos melhores investimentos que se pode fazer pela saúde”, afirma.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as estatísticas revelam que os fumantes, comparados aos não fumantes, apresentam risco: dez vezes maior de adoecer de câncer de pulmão, cinco vezes maior de sofrer infarto, cinco vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar, e duas vezes maior de sofrer derrame cerebral.

James Brito ressalta ainda que diversos recursos estão disponíveis para auxiliar no processo de cessação do tabagismo, seja com a parada imediata ou gradual, quando se limita o número de cigarros por dia e até se define horários para o seu uso. O cuidado maior, de acordo com o médico, deve acontecer com as armadilhas, principalmente nos momentos de estresse.

“As medidas eficazes já são conhecidas, e podem ser feitas pelo próprio fumante, como a substituição de hábitos e a desassociação do cigarro com alívio de ansiedade ou produtividade profissional, por exemplo. Porém, se necessário, ajuda médica e psicológica deve acontecer”, orienta ele, lembrando que, além dos tratamentos privados, o processo de largar o cigarro é amparado pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo, sendo, portanto, uma política pública do país.

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