O ministro Luís Roberto Barroso deixará o Supremo Tribunal Federal no próximo sábado (18). Com sua aposentadoria, o STF retoma um tema que atravessa gerações: a baixa presença feminina na Corte.
Em 134 anos de história, o Supremo teve apenas três ministras — Ellen Gracie, Rosa Weber e Cármen Lúcia, única mulher que ainda compõe o tribunal, ao lado de dez homens. Das dez indicações feitas por Lula em seus três mandatos presidenciais, apenas uma foi feminina: Cármen Lúcia, nomeada em 2006, para a vaga deixada por Nelson Jobim.
Agora, diante da saída de Barroso, organizações da sociedade civil articulam uma mobilização pela escolha de uma mulher.
UMA QUESTÃO DE GÊNERO? Ministro Barroso, que deve deixar o STF no próximo sábado, 18, declarou ser “filosoficamente defensor de mais mulheres nos tribunais superiores como uma regra geral”. pic.twitter.com/RcgqN8wNyx
— Vitor Pimentel (@pimentelvitor) October 15, 2025
O Fórum Justiça, a Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos e a Plataforma Justa divulgaram uma nota pública com 13 nomes de juristas sugeridas para o cargo. Um abaixo-assinado online já ultrapassou 38 mil assinaturas em menos de três dias.
O próprio Barroso, em entrevista na última quinta-feira (9), afirmou ser “filosoficamente defensor de mais mulheres nos tribunais superiores como uma regra geral”, embora reconheça a prerrogativa presidencial na escolha.

No Rio Grande do Norte, o cenário local espelha o desafio nacional. Das 15 cadeiras do Tribunal de Justiça (TJRN), apenas quatro são ocupadas por mulheres: Desª. Berenice Capuxú de Araújo Roque, Desª. Sandra Simões Dantas Elali, Desª. Martha Danyelle Sant’Anna Costa Barbosa e Desª. Lourdes Azevêdo — pouco menos de 30% da composição total. Ainda assim, o número é histórico: é a primeira vez, em mais de um século, que o tribunal potiguar tem quatro desembargadoras simultaneamente.
Por Vitor Pimentel
								
								
								
								

